Agência de Notícias AhlulBayt (ABNA): Negociar nas condições atuais acarreta grandes danos para o país, alguns dos quais podem ser considerados irreparáveis", advertiu nesta terça-feira o Ayatollah Khamenei, em discurso dirigido à nação iraniana por ocasião do início do novo ano letivo e da comemoração da Semana da Defesa Sagrada.
O Ayatollah Khamenei destacou que a parte norte-americana anunciou que pretende realizar uma negociação cujo resultado seria o fechamento da indústria nuclear e do enriquecimento de urânio no Irã. "Isso não é uma negociação, mas sim uma imposição — um diktat", acrescentou.
O Ayatollah afirmou que "no mundo, apenas dez países podem enriquecer urânio, e um deles é o Irã". No entanto, enfatizou que, ao contrário de alguns desses países, "não temos a intenção de fabricar armas nucleares".
Nesse contexto, o Líder da Revolução insistiu que, apesar de alguns locais nucleares do país terem sido bombardeados pelos Estados Unidos e pelo regime de Israel, "a ciência não desaparece; a ciência não se destrói com bombas, ameaças nem nada do gênero. A ciência permanece", afirmou.
O Ayatollah Khamenei indicou que os Estados Unidos têm insistido e afirmado que o Irã não deve ter enriquecimento de urânio; isso, disse ele, significa que querem reduzir a pó e destruir as grandes conquistas do país. "O orgulhoso povo iraniano dará um tapa na cara de quem pronunciar tais palavras", acrescentou.
A guerra dos 12 dias
O Ayatollah Khamenei assinalou que o objetivo da guerra dos 12 dias travada pelo regime de Israel, com o apoio dos Estados Unidos, contra o Irã, era derrubar a República Islâmica.
"Desde os primeiros dias do conflito, o inimigo compreendeu que não alcançaria seu propósito. O objetivo do inimigo era desestabilizar o sistema", enfatizou.
"O objetivo do inimigo era desestabilizar o sistema, como mencionei em outra ocasião: chegaram até a traçar planos para o período após a República Islâmica e acreditavam que poderiam realizá-los. Queriam provocar sedições, gerar distúrbios nas ruas, formar grupos e erradicar as raízes do Islã no país. Esse era o objetivo do inimigo", sublinhou.
Nesse sentido, ressaltou que esse objetivo fracassou desde os primeiros passos: os comandantes mártires foram quase imediatamente substituídos, e a situação, o sistema e a organização das forças armadas se mantiveram com a mesma solidez e com um espírito ainda mais elevado.
"Mas o povo, que é o elemento mais influente, não foi de modo algum afetado pelo que o inimigo queria. Houve manifestações, as ruas se encheram, mas foi contra o inimigo, não contra o sistema islâmico", indicou.
A unidade do povo iraniano
O Ayatollah Khamenei assinalou que "algumas pessoas, cuja fonte se encontra fora do país, querem fazer parecer que a unidade surgida no início da guerra dos 12 dias corresponde apenas àqueles dias". Segundo explicou, essas vozes buscam que "com o passar dos dias, essa unidade se enfraqueça, surjam divergências e as diferenças predominem, e a unidade se dissolva".
Nesse sentido, afirmou que os promotores dessas ideias pretendem "explorar as diferenças étnicas e políticas para colocar os iranianos uns contra os outros e gerar distúrbios e rebeliões". No entanto, o Líder desmentiu essas alegações, qualificando-as como "completamente falsas".
Recordou que, embora existam diferenças de opinião em assuntos políticos e que o Irã conte com uma diversidade de grupos étnicos que se orgulham de sua identidade iraniana, "diante do inimigo, todo esse conjunto é um punho de aço que cairá sobre a testa do inimigo".
Sublinhou que essa unidade "foi assim no passado, é assim hoje e, com a ajuda de Deus, continuará sendo assim no futuro".
Seyed Hassan Nasrallah
O Ayatollah Khamenei recordou a figura do mártir e líder do Hezbollah, Seyed Hassan Nasrallah, ressaltando sua importância para o mundo islâmico.
O Líder do Irã afirmou que "Nasrallah foi um tesouro imenso para o mundo islâmico" e enfatizou que esse legado não se limita apenas ao âmbito xiita ou ao Líbano, mas representa "um tesouro para todo o mundo islâmico". "Esse tesouro não se perdeu e permanece vigente", concluiu.
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